10 de jul. de 2022

Uma Casa no Fim do Mundo - Michael Cunningham

Uma casa no fim do mundo é um livro do escritor norte-americano Michael Cunningham, foi lançado em 1990 e conta a história através de quatro personagens. Chegou a ser  adaptado para o cinema em 2004 (confesso que só soube deste filme após iniciar a escrita do texto).

O Livro possui quatro personagens que, alternadamente, narram a história. Bobby, um garoto que passa por uma série de problemas familiares ao longo da vida e, mesmo diante das adversidades, mantém um pensamento simples, feliz e preocupado com o próximo. Jonanthan, desde a infância chamava a atenção dos pais pelo seu comportamento, na adolescência, apaixona-se por Bobby, iniciando um relacionamento homoafetivo. Alice, mãe de Jonanthan, após uma gravidez indesejada que termina de forma trágica, vê o relacionamento com o marido de outra forma e, ao longo da história, se aproxima de Bobby.  Clare, uma mulher um pouco mais velha que os dois rapazes e herdeira de uma significativa herança, mesmo considerando-se madura e pronta para os desafios da vida adulta, passa a se questionar sobre o rumo desta e as decisões que precisa tomar após formar um triângulo amoroso com os dois protagonistas.

A obra se divide em duas partes. Na primeira, temos o nascimento da relação entre Bobby e Jonanthan, com todos os eventos sendo observados por Alice. Após o crescimento dos rapazes, há o seguimento para a segunda fase do livro. Nesta, há a introdução da quarta peonagem: Alice. Aqui, começam os debates mais profundos que irão cercar o livro, como os padrões de relacionamento, as questões relativas à sexualidade,  os padrões de vida e o surgimento do HIV/AIDS na década de 80, época em que esta doença era chamada de “o câncer gay”. 

Crítica

De uma forma geral, é um bom livro. A divisão da história em quatro narradores é algo que enriquece bastante a obra. O centro do romance acaba ficando com Bobby e Jonanthan, mas isto não torna Alice e Clare menos importantes. As duas mulheres apresentam visões muito pertinentes e, não raramente, ignoradas. Contudo, talvez por conta dessa divisão na narração, alguns pontos não são muito explorados, deixando o texto raso em certos aspectos. 

Outro ponto legal da história é a relação dos personagens com a música. Do começo ao fim, as vivências são descritas associadas a composições de músicos como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Bob Dylan. 

Por fim, o sentimento que tive ao ler é que a obra, de certa forma, apresenta-se datada. Em alguns momentos, senti que teria aproveitado mais da leitura caso tivesse vivido a época, por sua ambientação mais convidativa aos nostálgicos. Não foi uma leitura ruim, mas não esperaria como um dos textos listados nos 1001.

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