28 de jul. de 2022

Limpando a Biblioteca

Olá! Como vão? Espero que bem. Durante esta semana, estava pensando em como resolver um pequeno problema que criei ao longo dos últimos anos: o que fazer com os meus livros? Num futuro, não tão distante, penso em mudar de estado e não há como ir junto com meus livros. Diante de tal impasse, só consegui pensar em ler o máximo que conseguir antes da mudança e parar, por enquanto, de comprar mais livros. Para tal, fiz um levantamento de todos os livros que possuo e vou atualizar aqui o meu diário de leitura. Segue abaixo! 

Leituras: 003/104

  1. Ursula - Maria Firmina dos Reis
  2. Longe das Aldeias - Robertson Frizero
  3. O Processo - Franz Kafka
  4. O Assassinato de Roger Ackroyf - Agatha Christie
  5. A Casa Torta - Agatha Christie
  6. Laranja Mecânica - Anthony Burgess
  7. Os Irmãos Karamázov - Fiódor Dostoiévski
  8. Liberdade - Jonathan Franzen
  9. Trilogia Fundação - Issac Asimon
  10. Germinal - Emile Zola
  11. As Irmãs Makioka - Junichiro Tanizaki
  12. O Físico - Noah Gordon
  13. Um Pouco de Ar Por Favor! - George Orwell
  14. As Coisas Que Perdemos no Fogo - Mariana Enriquez
  15. O Primo Basílio - Eça de Queiroz
  16. O Castelo de Yodo - Yasushi Inoue
  17. Retrato do Artista Quando Jovem - James Joyce
  18. Evolução História do Brasil - Theotonio dos Santos
  19. O Inimigo Secreto - Agatha Christie
  20. O Fantasma da Opera - Gaston Leroux
  21. Eu Morreria Por Ti e Outras Histórias - F. Scott Fitzgerald
  22. Mistérios Perdidos - Sir Arthur Cona Doyle
  23. Rua Aribau - Coletânea de Poemas
  24. Partes de um Corpo - Vários Autores
  25. Uma Outra História - Vários Autores
  26. Devoção - Patti Smith
  27. Jornada do Pavor - Eric Ambler
  28. Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis
  29. O Estrangeiro - Albert Camus
  30. Til - José de Alencar
  31. Os Miseráveis - Victor Hugo
  32. Os Relógios - Agatha Christie
  33. Em Busca do Sentido - Viktor E. Frankl
  34. Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto
  35. Além do Bem e do Mal - Nietzsche
  36. Pesado - Klese Laymon
  37. A Vida Imortal de Henrieta Lacks - Rebecca Skloot
  38. Tudo de Bom Vai Acontecer - Sefi Atta
  39. Mulherzinhas - Lovisa May Alcott
  40. Hilda Furacão - Roberto Drummond
  41. Duplo Diabólico - Peter Ackroyd
  42. O Senhor das Moscas - William Golding
  43. Querida Lonbini - Sayaka Murata
  44. Mil Tsurus - Yasunari Kawabata
  45. Myra - Gore Vidal
  46. Manifesto do Partido Comunista - Karl Marx & Friedrich Engels
  47. Os Cinco Porquinhos - Agatha Christie
  48. A Casa das Belas Adormecidas - Yasunari Kawabata
  49. Encontro com a Morte - Agatha Christie
  50. O Sol é Para Todos - Harper Lee
  51. Senhora - José de Alencar
  52. A Condição Humana - Andre Malraux
  53. Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco
  54. O Mapa de Sal e Estrelas - Zeyn Joukhadar
  55. Medo de Voar - Erica Jong
  56. Partes de Uma Casa - Vários Autores
  57. A Guerra de Inverno no Tibete - Friedrich Durrenmatt
  58. A Ilha do Tesouro - Robert Louis Stevenson
  59. Drácula - Bram Stoker
  60. Ilusões Perdidas - Honoré de Balzac
  61. O Assassinato de Roger Ackroyd - Agatha Christie
  62. O Lago - Yasunari Kawabata
  63. Orgulho de Ser - Vários Autores
  64. Diário de um Velho Louco - Jun'Ichiro Tanizaki
  65. Tereza Batista Cansada de Guerra - Jorge Amado
  66. Pele Negra, Máscaras Brancas - Frantz Fanon
  67. O Coronel e o Lobisomem - José Candido de Carvalho
  68. O Primo Basílio - Eça de Queiroz
  69. O Mundo de Sofia - Jostein Gaarder
  70. É Fácil Matar - Agatha Christie
  71. A Festa do Bode - Mario Vargas Llosa
  72. O Fuzil de Caça - Yasushi Inoue
  73. O Mulato - Aluísio deAzevedo
  74. Assassinato na Casa do Pastor - Agatha Christie
  75. A Morte de Ivan Ilitch - Liev Tolstói
  76. Memórias de Adriano - Marguerite Yourcenar
  77. Ensaios Sobre Consciência e Emancipação - Mauro Luis Iasi
  78. Moisés Negro - Alain Mabanckou
  79. Comuna de Paris 150 anos - Vários Autores
  80. O Amante - Marguerite Duras
  81. Fausto Goethe -
  82. As Virgens Suicidas - Jefrey Eugenides
  83. Os Trabalhores do Mar - Victor Hugo
  84. O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas
  85. A Pintora de Henna - Alka Joshi
  86. A Montanha Mágica - Thomas Mann
  87. Vinte Mil Léguas Submarinas - Julio Verne
  88. Eu sou um Gato - Natsume Sozseki
  89. A Volta do Parafuso - Henry James
  90. O Chão que ela Pisa - Salman Rushidie
  91. Meio Sol Amarelo - Chimamanda Ngozi Adichie
  92. Neuromancer - William Gibson
  93. As Pupilas do Senhor Reito - Júlio Dinis
  94. Os Versos Satânicos - Salman Rushidie
  95. O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Bronte
  96. Mrs Dalloway - Virginia Woolf
  97. Orlando - Virginia Woolf
  98. O Crime do Padre Amaro - Eça de Queirós
  99. A Era da Inocência - Edotj Wharton
  100. Divina Comédia - Dante Alighieri
  101. Escritos Negros: Textos Comteporâneos - Varios Autores
  102. A Educação Sentimental - Gustave Flaubert
  103. Gyo - Junji Ito
  104. Almas Mortas - Nikolai Gógol

18 de jul. de 2022

A Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector

A Paixão Segundo G.H. é um romance escrito pela brasileira Clarice Lispector em 1964. É o meu livro favorito da autora e  esta obra, como tantas outras da Clarice, toca em pontos extremamente íntimos da alma humana. 

Na obra, não é dito o nome da protagonista, somente as suas iniciais: G.H. Também não se sabem muitos detalhes da mulher que dá nome ao livro. Pode-se aferir que se trata de uma mulher de classe média alta que se encontra dentro de um círculo social constituído de pessoas da mesma classe socioeconômica. Tal ponto é importante, já que a protagonista delega as funções do cuidado da casa a uma emprega doméstica, funcionária esta que a patroa pouco conhece e possui algumas suposições a seu respeito. Após G.H demitir a funcionária, decide averiguar o quarto onde a mesma dormia, agora desocupado. Para a surpresa de G.H. o quarto, diferente do restante da casa, possuía luz natural e um sentimento vida, mesmo que vazio. Diante de tal supressa, a protagonista decide explorar o guarda-roupa, uma das poucas coisas que restaram naquele ambiente. Ao abri-lo, depara-se com uma desagradável surpresa: uma barata. Diante do asqueroso animal, G.H, por reflexo, mata o inseto e vê suas entranhas brancas saírem do corpo.  É este evento banal que causa a epifania da personagem. G.H. entra num fluxo de ideias incontrolável e questionador, em que passa por momentos paradoxais, em que se vê como tudo e nada,  filosóficos, questionando sua existência e motivadores, e sociais, ao questionar a sociedade e seus valores.

Ao tocar no mais íntimo da alma humana, Clarice Lispector desafia o leitor a fazer o mesmo. Tal desafio torna a obra um exercício difícil para algumas pessoas que não conseguem se conectar com o fluxo intimista e intenso do pensamento de G.H.. A dificuldade em se ligar com A Paixão Segundo G.H. não possui correlação alguma com nível acadêmico ou intelectual, mas, sim, com a capacidade de olhar para dentro de si e conseguir se aventurar com uma face tão íntima nossa que, muitas vezes, ignoramos e tendemos a evitar. 

Trechos da Obra

"A minha coragem foi a de um sonâmbulo que simplesmente vai."
"Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade."
"Viver não é coragem, saber que se vive é a coragem."
"Seria simplório pensar que o problema moral em relação aos outros consiste em agir como se deveria agir, e o problema moral consigo mesmo é conseguir sentir o que se deveria sentir?" 
"Eu via que o inferno era isso: a aceitação cruel da dor, a solene falta de piedade pelo próprio destino, amar mais o ritual de vida que a si próprio."
"Ser humano não deveria ser um ideal para o homem que é fatalmente humano, ser humano tem que ser o modo como eu, coisa viva, obedecendo por liberdade ao caminho do que é vivo, sou humana."
"Pois preciso saber exatamente isto: estou sentindo o que estou sentindo, ou estou sentindo o que queria sentir? Ou estou sentindo o que precisaria sentir?"
"Quem vive totalmente está vivendo para os outros, quem vive a própria largueza está vivendo uma dádiva, mesmo que sua vida se passe na incomunicabilidade de uma cela."
"Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. [...] A desistência é uma revelação."


10 de jul. de 2022

Uma Casa no Fim do Mundo - Michael Cunningham

Uma casa no fim do mundo é um livro do escritor norte-americano Michael Cunningham, foi lançado em 1990 e conta a história através de quatro personagens. Chegou a ser  adaptado para o cinema em 2004 (confesso que só soube deste filme após iniciar a escrita do texto).

O Livro possui quatro personagens que, alternadamente, narram a história. Bobby, um garoto que passa por uma série de problemas familiares ao longo da vida e, mesmo diante das adversidades, mantém um pensamento simples, feliz e preocupado com o próximo. Jonanthan, desde a infância chamava a atenção dos pais pelo seu comportamento, na adolescência, apaixona-se por Bobby, iniciando um relacionamento homoafetivo. Alice, mãe de Jonanthan, após uma gravidez indesejada que termina de forma trágica, vê o relacionamento com o marido de outra forma e, ao longo da história, se aproxima de Bobby.  Clare, uma mulher um pouco mais velha que os dois rapazes e herdeira de uma significativa herança, mesmo considerando-se madura e pronta para os desafios da vida adulta, passa a se questionar sobre o rumo desta e as decisões que precisa tomar após formar um triângulo amoroso com os dois protagonistas.

A obra se divide em duas partes. Na primeira, temos o nascimento da relação entre Bobby e Jonanthan, com todos os eventos sendo observados por Alice. Após o crescimento dos rapazes, há o seguimento para a segunda fase do livro. Nesta, há a introdução da quarta peonagem: Alice. Aqui, começam os debates mais profundos que irão cercar o livro, como os padrões de relacionamento, as questões relativas à sexualidade,  os padrões de vida e o surgimento do HIV/AIDS na década de 80, época em que esta doença era chamada de “o câncer gay”. 

Crítica

De uma forma geral, é um bom livro. A divisão da história em quatro narradores é algo que enriquece bastante a obra. O centro do romance acaba ficando com Bobby e Jonanthan, mas isto não torna Alice e Clare menos importantes. As duas mulheres apresentam visões muito pertinentes e, não raramente, ignoradas. Contudo, talvez por conta dessa divisão na narração, alguns pontos não são muito explorados, deixando o texto raso em certos aspectos. 

Outro ponto legal da história é a relação dos personagens com a música. Do começo ao fim, as vivências são descritas associadas a composições de músicos como Jimi Hendrix, Janis Joplin e Bob Dylan. 

Por fim, o sentimento que tive ao ler é que a obra, de certa forma, apresenta-se datada. Em alguns momentos, senti que teria aproveitado mais da leitura caso tivesse vivido a época, por sua ambientação mais convidativa aos nostálgicos. Não foi uma leitura ruim, mas não esperaria como um dos textos listados nos 1001.

Michael Cunningham

  Michael Cunningham é um escritor norte-americano nascido em 1952. Estudou literatura inglesa na Universidade de Standford e seu livro mais conhecido é As Horas, ganhando o prêmio Pulitzer por esta obra. Cunningham é assumidamente gay e já fez declarações de que prefere que seus livros não  sejam intitulados como literatura "gay" ou "LGBT"

"O que eu quis dizer é que não quero ser visto apenas como escritor gay. [...]Seria fácil, por exemplo, insistir para que as livrarias eliminassem suas seções de livros gays e lésbicos e apenas colocasse os livros gays no resto dos livros. Eu sempre penso em algum garoto gay de quinze anos em uma cidade pequena que pode ter sua vida mudada para melhor se ele pudesse ir  no shopping local e encontrar um livro que refletisse sua experiência própria. Sem uma seção de gays e lésbicas, aquele garoto será capaz de encontrar os livros gays entre as massas em geral."

 

7 de jul. de 2022

O Diabo no Corpo - Raymond Radiguet

  O livro é narrado em primeira pessoa por um jovem rapaz que desde sua infância entendia e admirava a beleza do corpo feminino. Durante sua adolescência, aos 16 anos, se encanta por uma jovem mulher, Marthe, que mesmo havendo uma pequena diferença de idade, a dama, por já se encontrar na fase adulta e estar prometida em casamento, é tratada como uma senhora.  

  Ao longo dos eventos do livro, Marthe se casa e pouco tempo depois seu esposo  é convocado para a guerra, deixando a jovem senhora sozinha. Tal situação é o bastante para que a dama e o protagonista reascendam a paixão guardada. 

6 de jul. de 2022

Raymond Radiguet

Raymond Radiguet foi um escritor francês, nascido no ano de 1903 em Saint-Maur-des-Fossés. Aos 15 anos abandonou os estudos e passou a se dedicar aos jornalismo e a literatura. Fez parte dos movimentos culturais de sua época, em especial o modernismo, tornando-se amigo de Picasso, que ilustrou uma das capas do livro O Diabo no Corpo, e de Jean Cocteau, suposto amante. 

  Seu primeiro romance publicado foi O diabo no corpo, em 1923, escrito logo após a França sair da Primeira Guerra Mundial, o livro gerou uma série de escândalos  por falar do adultério em tempos de guerra e pelo boato de ser uma obra autobiográfica, algo que sempre foi negado pelo francês. O romance não foi bem aceito no seu lançamento devido a sua temática, mas a qualidade literária, considerada rara em um  autor tão jovem, conquistou  a simpatia dos leitores após o primeiro impacto.

3 de jul. de 2022

Os Tigres de Mompracem - Emilio Salgari

  Os Tigres de Mompracem foi escrito em 1900 pelo italiano Emilio Salgari. O livro faz parte da série “Corsários da Malásia” e traz como protagonista o personagem mais famoso do escritor: Sandokan, um sanguinário pirata que, ao conhecer o amor, decide mudar de vida. A obra já recebeu adaptações para o cinema, foi transformada em animação e conquistou grandes nomes, como Federico Fellini e Umberto Eco.

  O livro narra uma das grandiosas histórias de Sandokan, um príncipe malaio que foge do seu reino e transforma-se, objetivando vingança, no capitão e grande tigre da ilha de Mompracem, que, junto aos seus fiéis seguidores, os filhotes de tigre, controlam os mares daquela região por meio da pirataria.

Emilio Salgari

Emilio Salgari é considerado o pai das aventuras ficcionais italianas e avô do Spaghetti Western, sendo um dos autores mais traduzidos da Itália. Nasceu em Verona, em 21 de agosto de 1862, numa família de comerciantes e desde jovem tinha o desenho de explorar os oceanos. Com o passar dos anos, dedicou-se ao estudo dos conhecimentos náuticos, não obtendo sucesso acadêmico, mas ganhando a chance de percorrer a costa asiática em um barco mercantil.
Ao voltar para a Itália, começou a ganhar sustento financeiro com a criação de histórias que misturavam experiências autobiográficas nos mares asiáticos e grandes aventuras ficcionais envolvendo, geralmente, piratas. É nesta fase que se casa com Ida Peruzzi e tem seus quatro filhos.

A obra de Emilio Salgari foi bastante popular na Europa e América Latina por muitas décadas e centrava-se em aventuras marinhas que tinham como protagonistas grandes piratas e corsários. Talvez, o maior personagem do escritor tenha sido Sandokan, um príncipe malaio que se torna pirata para realizar sua vingança contra aqueles que assassinaram sua família.